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Charles Charlie Schmidt



País de nascimento: Estados Unidos da América
1897
1958

Lista de revistas com trabalhos de Charles "Charlie" Schmidt
Veja lista detalhada dos trabalhos


Na primeira metade dos anos 30, os leitores do “Boston Daily Record” estavam pedindo uma nova historieta policial para a página de quadrinhos. E numa quarta-feira de agosto de 1933, o diretor do jornal decidiu que, já na segunda-feira seguinte, o “Record” começaria uma nova HQ em forma de tiras diárias em preto e branco abordando o assunto. Começou então a procura, dentro da própria redação, de alguém que pudesse (e soubesse) escrever e desenhar uma HQ. Não foi encontrada uma pessoa que reunisse as duas qualidades, mas as atenções voltaram-se para Eddie Sullivan, que tinha anos de experiência em reportagens policiais. Foi logo escolhido como o escritor da nova HQ. E não demorou para Charlie Schmidt, um conceituado ilustrador do jornal, ser apontado como o desenhista.

Os autores estavam escolhidos. Faltava então criar o novo título. Pressionados pelo tempo exíguo que passava inexoravelmente (a edição de segunda teria mesmo que começar a história), a dupla trabalhou quase sem parar por 48 horas, criando “Pinkerton, Jr.”. O tema da nova historieta era a luta contra o crime, exatamente o que os leitores pediram. O jovem Pinky Pinkerton era o herói, ajudado sempre por seu cachorro, Irish. Durante um ano e meio “Pinkerton, Jr.” foi sucesso nas páginas do jornal e chamou a atenção de Joe Connolly, editor do poderoso King Features. Em pouco tempo o “Record” recebia proposta do King para uma distribuição de âmbito nacional e internacional daquelas tiras. A oferta foi logo aceita e “Pinkerton, Jr.”, a partir de abril de 1934, começou a ser distribuído pelo King com o título mudado para “Radio Patrol” e já demonstrando uma certa melhora em seu visual, o que iria se concretizar nos meses seguintes. “Radio Patrol”, no novo distribuidor, passou logo a ser apresentado também em forma de páginas dominicais em cores. Como Sullivan trabalhava no jornal à noite e Schmidt, durante o dia, eles raramente se encontravam. Tornou-se até mesmo original a relação entre eles. Sullivan costumava deixar as histórias que escrevia na caixa de papéis de Schmidt na redação do jornal, para que ele lesse no dia seguinte. E a coisa sempre funcionou bem assim, com um perfeito entrosamento entre roteiros e desenhos.

“Radio Patrol” obteve sucesso, mas não o suficiente para trazer independência financeira aos autores. Tanto Sullivan quanto Schmidt precisaram continuar com seus respectivos trabalhos na redação do “Record”, dedicando-se à HQ apenas nas horas vagas. Schmidt permaneceu no departamento de arte do jornal pelo resto da vida. Morreu em 1958, anos depois do cancelamento da série (as diárias de “Radio Patrol” foram canceladas em 1950, enquanto que as dominicais já tinham sido canceladas antes). Schmidt nunca chegou a frequentar uma escola de desenho. Aprendeu sozinho. Aos 16 anos começou a trabalhar como office-boy num jornal em Nova York. Foi lá que seus talentos foram descobertos e o jovem foi incentivado a entrar no departamento de arte do jornal. Foi o começo. Depois, Schmidt foi para Boston e tornou-se importante ilustrador dos julgamentos de crimes. Era uma época em que os jornais ilustravam as suas reportagens, em vez de fotografá-las. A sua grande experiência em ilustrar as histórias de crime (e de amor também) para o jornal acabou dando a ele uma técnica adequada para desenhar “Radio Patrol”. Ele já tinha uma vasta prática na visualização de criminosos, de armas e de tudo mais que circulava no mundo da vagabundagem. Mas ficou evidente, no entanto, que seus traços melhoraram mais ainda com o passar dos meses e anos em “Radio Patrol”.

Na realidade “RP” nunca chegou a ser uma daqueles obras de visual épico, como era comum na época. Mas nela havia boas histórias, bons personagens, um bom assunto e um desenho realmente original. Não procurava imitar nem Raymond nem Caniff, como era costume da época. Seus méritos e defeitos eram dele mesmo. Isso trouxe à HQ um delicioso sabor próprio, um belo e grande toque de originalidade.



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