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Júlia Kendall



Nome original: Julia Kendall
Licenciador: Sergio Bonelli Editore
País de origem: Itália
Criado por: Giancarlo Berardi

Lista de revistas com participação de Júlia Kendall

    Primeira aparição no:
  • País de origem
    Julia (1998)  n° 1 - Sergio Bonelli Editore
  • Brasil
    J. Kendall - Aventuras de Uma Criminóloga  n° 1 - Mythos
Personagem policial do mesmo criador de "Ken Parker", Júlia - desenhada com a fisionomia da atriz Audrey Hepburn - é uma criminóloga da fictícia Garden City, no estado de Nova Jersey, a qual ajuda a polícia a solucionar crimes. Quando não ajuda a polícia na solução de crimes, ela leciona criminologia na universidade de Garden City.

Traumatizada por um doloroso - e ainda não explicado - evento o qual deixou marcas profundas (suas noites são permanentemente atormentadas por pesadelos), guarda suas confissões mais íntimas em seu diário, cujos trechos servem de habitual contraponto à narrativa.

Bela e solteira, Júlia vive em um aconchegante sobrado na periferia de Garden City, o qual pertencia à sua avó, em companhia de sua gata persa, Toni, e da simpática, divertida e tagarela "empregada-ombro-amigo-ama-seca", Emily Jones (com os traços de Whoopy Goldberg).

Sua rotina diária se divide entre as aulas na universidade e a colaboração com a polícia, cujos contatos são o sargento Ben Irving (um simpático John Goodman) e o tenente Alan Webb (um John Malkovich lúcido), com o qual tem uma relação pessoal e profissional que mistura confiança e conflitos, principalmente pelos inconfessáveis ciúmes que ele sente em relação ao detetive Leo Baxter (um jovem Nick Nolte), amigo fraterno de Júlia e seu braço direito nas investigações mais complicadas.

Júlia tem uma irmã mais nova, Norma, modelo profissional sempre em viagem e que vive sérios problemas de dependência de drogas. Frequentemente, Júlia visita a avó, Lillian (cujos traços lembram muito a atriz Jessica Tandy), viúva que vive por vontade própria em uma casa de repouso na periferia da cidade e que sempre lhe dá conselhos acertados sobre a vida e o trabalho, além de não esconder seu grande desejo de ver a neta achar o homem certo para constituir família.

Júlia coloca à disposição da polícia seus vastos conhecimentos da psicologia humana e busca compreender os motivos pelos quais os criminosos agem. Com base nos meticulosos cuidados da investigação psicológica - os quais geralmente se chocam com a necessidade de resultados imediatos dos homens da Lei, nos quais, por vezes, basta aparecer o primeiro suspeito para se considerar o "caso encerrado" - desenha o perfil do criminoso da vez e, não raro, surpreende a todos ao provar que o crime "não aconteceu bem como tudo levava a crer".

Uma série de crimes - e um criminoso - marcantes acontecem já na estreia da série, e a antagonista Myrna Harrod, uma homossexual assassina serial presente nos três primeiros episódios, entra para o panteão dos grandes criminosos das HQ's. A solução do caso é o pretexto para justificar o retorno da colaboração de Júlia com a Lei.

É interessante observar que nenhum crime noticiado deixa de ser investigado pela polícia de Garden City, que não entrega os pontos até achar a solução. Não há como não desejar que nossa polícia "de verdade" tivesse toda essa vontade de cumprir o ofício para o qual é paga.

Júlia tem um papel importantíssimo nisso tudo, por ser uma criminóloga, uma profissional especializada em uma ciência que estuda o crime em todos os seus aspectos, com base na antropologia, na psicologia, na psiquiatria, na psicanálise e na sociologia. Todas disciplinas preciosas, mas que exigem instinto e capacidade de identificação para que se mostrem eficazes.

De fato, o objetivo da protagonista, além de ver os culpados serem condenados pela Justiça, é, principalmente, o de entender (e não justificar) o que os leva a agir de forma ilícita. Para resumir, se existisse a categoria, Júlia seria, como a define o próprio Berardi, uma "Investigadora da Alma".

E, antes que a definam “criminologista”, esclarecemos que esse termo designa quem estuda as "teorias do Direito Criminal, a filosofia do Direito Penal", não exatamente as motivações dos criminosos, que é objeto de estudos de um criminólogo.

Júlia Kendall



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