Vertigo: Além do Limiar


Hopalong Cassidy



Nome original: Hopalong Cassidy
Licenciador: William Boyd
País de origem: Estados Unidos da América
Criado por: Clarence A. Mulford

Lista de revistas com participação de Hopalong Cassidy

    Primeira aparição no:
  • Brasil
    Guri, O  n° 183 - Diário da Noite
(ao lado, o personagem desenhado provavelmente por Dan Spiegle)

O ator William Boyd iniciou sua carreira ainda no cinema mudo. Tornou-se um astro na década de 1920, mas viu sua carreira seriamente ameaçada nos anos 30. Sua sorte, no entanto, voltou a brilhar quando Harry Sherman, um produtor independente de Hollywood, resolveu fazer uma série baseada nas histórias que Clarence A. Mulford criara, em 1907, sobre um cowboy rude, manco e beberrão do rancho Bar 20. Boyd foi convidado para o papel e aceitou-o, mas desde que “limpassem” o personagem. Sua estréia foi em “Hop-a-long Cassidy” (1935), com a série prolongando-se até 1948, num total de 66 filmes. E houve ainda uma série para a TV com episódios de 30 minutos cada (1949-51). A figura de “Hopalong Cassidy” tornou-se então uma das mais conhecidas dentro do gênero western. Um cowboy de cabelos claros, normalmente com roupa escura, aparência honrada, que jamais fumava, bebia, blasfemava ou beijava as garotas, preferindo capturar os bandidos a ferí-los ou matá-los.

Boyd ganhou um bom dinheiro com a série, mas quando esta foi interrompida em 1944, investiu tudo que tinha para produzir ele mesmo os seus filmes. E fracassou aí. O ator, contudo, apostava muito no sucesso da então jovem televisão e novamente investiu tudo que tinha na possibilidade de exibir seus velhos filmes no vídeo. Êxito total. Tão grande, que ele acabou fazendo uma série própria para a TV. Em pouco tempo, o ator se tornou milionário. Em 1953 ele se aposentou do “show business”. Faleceu em 1972.

Boyd tornara-se um homem de negócios em fins da década de 40, apostando alto na figura de Hopalong Cassidy, que acabou propiciando uma avalancha de “merchandising” — brinquedos, roupas, histórias em quadrinhos etc. Os gibis de “Hopalong Cassidy”, no entanto, já eram publicados bem antes disso: desde 1937 já saiam na revista britânica “Modern Boy”. Inicialmente a revista publicava três aventuras, baseadas nos filmes de “Hoppy” e desenhadas por J. H. Valda. Em 1939, ainda na Inglaterra, “Hopalong Cassidy” passou a ser publicado pela revista “Radio Fun”, com desenhos de C. E. Montford. Em 1942, a editora Fawcett experimentou trazê-lo para os quadrinhos americanos. Mas apenas como historieta de fundo de “Master Comics”, uma revista de super-heróis. Deu certo. Mesmo num ambiente estranho como esse, o cowboy acabou chamando atenção dos leitores e já no ano seguinte ganhou seu próprio título. Do nº 1 ao 85 (janeiro de 1954), “Hopalong Cassidy” foi publicado pela Fawcett. Quando esta encerrou suas atividades no campo das histórias em quadrinhos, a revista passou para a DC Comics, que a manteve viva até o nº 135 (maio de 1959). Foi outra longa cavalgada de um cowboy do cinema pelas páginas de um comic. Desenhistas como Ralph Carlson, Pete Riss, John Giunta, Gil Kane, Gene Colan e outros foram responsáveis pelo “Hoppy” dos gibis.

O interessante é que Boyd usou duplamente a sua figura, explorando-a como “Hoppy” e como William Boyd. Além da já citada revista “Hopalong Cassidy”, a mesma Fawcett produzia “Bill Boyd Western”, outro título onde o herói era William Boyd e não Hopalong Cassidy. Essa revista teve vida mais curta: 23 números, de 1950 a 52.

No final dos anos 40, “Hoppy” também apareceu em tiras diárias e páginas dominicais de jornais americanos. E foi muito bem desenhado pelo então iniciante Dan Spiegle. A primeira tira diária (em preto e branco) surgiu em 1949, sendo cancelada em 1955. Já as páginas dominicais (em cores) surgiram em 30 de abril de 1950, desaparecendo em 1 de janeiro de 1956.

No Brasil, os quadrinhos de Hopalong Cassidy foram publicados até dezembro de 1959. A partir de então, só retornaria ocasionalmente, em reprises.


Fontes
- Luiz Antônio Sampaio, revista “Calafrio” nº 40, 1989.
- Antônio Luiz Ribeiro

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