Radicci

Nome: Ambrósio Marcon
Nome original: Radicci
Licenciador: Carlos Henrique Iotti
País de origem: Brasil
Criado por: Carlos Henrique Iotti

Lista de revistas com participação de Radicci

Malandragem e humor fazem do personagem de Iotti o símbolo de toda uma região do Estado. Afinal, quem resiste ao Radicci?

Ele é baixinho, gordo, grosseiro, preguiçoso, flatulento, detesta banho, adora um vinho e é completamente machista. Mesmo assim, personifica os orgulhosos descendentes de imigrantes italianos da região de Caxias do Sul. E quem conhece o pessoal da serra sabe que eles suportam tudo, menos ser chamados de "colonos". Pois o "colonon" Radicci, quem diria, é o personagem maior da italianada. Aparece estampado em jornais e outdoors, tem gibi, programa de rádio próprios, faz campanhas publicitárias e é saudado por adultos e crianças. Mas nem sempre ele teve essa bola toda. Radicci só conheceu o sucesso depois de encontrar o conterrâneo e divertido Carlos Henrique Iotti, ali por volta de 1983.

Ambos caminhavam pelas ruas e ladeiras de Caxias do Sul. Radicci do seu jeito cabisbaixo, meio aos trancos e barrancos, envergonhado por ser aquele gringo grosso - como todos insistiam em lhe dizer. Já o garoto Iotti andava alegre e faceiro, entre a faculdade de Jornalismo na UFRGS e as escapulidas para a serra. Como sempre, gostava de desenhar e observar as coisas e as pessoas. De repente, deu de cara com o Radicci. E percebeu que poderia fazer uma bela polenta com aquele milho carunchado.

"O pessoal da 'gringolândia' tinha vergonha de ser daqui, do passado na colônia. Eles se sentiam embaixo do rabo do cachorro. Se perguntasse qual a cidade do cara, ele não ia dizer que era de Bento ou Farroupilha. Ele ia desconversar. Eu vi que esse comportamento poderia render boas histórias e passei a fazer piadas. O público gostou, porque era uma maneira de rir de si próprio. Hoje, as coisas se inverteram: o galã da novela é colono, e as gurias usam lencinhos no cabelo como a Genoveva, por causa da Giuliana. Quer dizer: ser colono é fashion, e eu me sinto responsável pela retomada desse orgulho."

Nas primeiras tirinhas, o personagem aparece bem diferente do atual. Ele não é um mero gringo. É um gringo que, ao comer folhas de radite (uma espécie de alface amarga), transforma-se no Capitão Radicci! Um super-herói, no entanto, sem qualquer pudor, que até pode salvar o galinheiro da dona Pierina das mãos de um terrível ladrão, mas vai pedir, como recompensa, 200 outras galinhas. Iotti logo percebeu que não precisaria da bengala do herói para sustentar o personagem. Afinal, ele tinha uma história cheia de glórias: o trabalho e as conquistas do imigrante. Tinha também os vícios do dia-a-dia: preguiça para trabalhar e tomar banho e muita disposição para beber vinho e vadiar. E, ainda, uma família explosiva: o filho Guilhermino, "boletero"; a mulher Genoveva, que lê Marta Suplicy e Rose Marie Muraro; o nôno companheiro de festas; e a irmã Carmela, um poço de virtudes. "Enfim, uma família como todas as outas famílias italianas. Eu vi que tinha um Hagar em potencial! Um personagem universal, mas com roupagem local."

A tirinha do Radicci logo estourou. Da participação acanhada no jornal de sábado, passou a ter espaço diário no Pioneiro de Caxias. Depois, conquistou a Zero Hora, o Diário Catarinense e hoje já é publicada no Diário do Povo, de Pato Branco e no O Estado do Paraná. "Eu tô subindo... Um dia chego lá", avisa.

Há pouco tempo, Iotti quase conseguiu. Foi convidado para produzir os desenhos das vinhetas de abertura e encerramento da nova versão do Zorra Total, apresentado na Globo pelo comediante Chico Anysio. "O legal é que fui convidado pela produção do Zorra, que conhecia o Radicci e o queria de qualquer jeito. Mas aí, parece que o Chico Anysio brigou com a Marluce (diretora de programação da Globo) e o novo programa foi pra geladeira!

Fonte:
http://www.festivalsabbis.com.br/

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Adicionado por
Erico Molero
em 27/11/2007 04:07:00

Editado por Giordano Bruno, WCS, Márcio dos Santos | Ver outras contribuições